E agora ?

Meus trinta anos chegaram cedo.
Com vinte não conseguia me imaginar aqui.
Mas hoje é mais fácil me ver daqui dez anos.
Sei que a Giovanna, minha filha, vai estar terminando a faculdade. E eu morando com ela num belo apartamento no Itaim, com um cachorro e uma enorme televisão na sala.
Na garagem, minha Ecosport amarela, que me leva todo fim de semana para o litoral.
A praia continua sendo uma grande paixão. Tanto que comprei uma casa onde o quintal termina na areia. E eu durmo ouvindo o braulho das ondas. O pôr-do-sol só não é tão bonito quanto o do Farol de Santa Marta.
E o Farol? Vou pra lá todo reveillón. Algumas coisas não mudam. Só que agora, Giovanna vai também. A magia do lugar conseguiu conquistar minha filha.
Consegui ver a Torre Eiffeil, as pirâmides do Egito, a muralha da China, as praias do Nordeste e o rodeio de Barretos. Visitei as "vermelhas" no Canadá e lá vi neve pela primeira vez. E foi lá que a Giovanna fez seu primeiro boneco de neve também.
As melhores viagens foram ao lado de grandes amores. Alguns passaram como um vendaval. Outros ficaram marcados pra sempre.
Casada ? Tomara !
Com quem ? Não sei ... Mas para garantir, já fiz um pacto com um grande amigo: se nenhum dos dois se casar até os 40, seremos o grande amor um do outro.
Consegui largar a vida louca de assessora. Trabalho em casa, escrevendo meu segundo livro - o primeiro demorou para sair. Ficou na cabeça por muito tempo. Agora que peguei o ritmo ficou mais fácil.
E com 40 já posso me considerar uma pessoa completa: plantei a árvore, tive uma linda filha e o livro foi escrito.