terça-feira, 21 de julho de 2009

O casamento

Mais um casal que eu vi nascer resolve juntar os trapinhos.
A noiva eu vi crescer perto de mim. Era amiga da minha irmã.
E noivo era amigo do meu irmão.
O casamento seria num sábado, em Itu.
Uma semana antes da festa eu não tinha vestido.
Corri pro shopping e consegui uma barganha. Coisa inédita, pq eu tenho dedo podre pra esse tipo de coisa - a loja inteira pode estar em liquidação e eu escolho bem aquela peça da coleção nova que custa milhões.
Vestido comprado, sapato escolhido. Faltam as unhas e a escova no cabelo.
Sábado pela manhã descubro que a pequena tem dentista. E eu com um zilhão de coisas pra ficar apresentável para a festa.
Corre pro dentista, aperta o aparelho da criança, troca os elásticos.
Volta pra casa, toma café correndo e liga pra cunhada.
Corre pro cabeleireiro - escova, sombrancelha e bigode. Minha irmã histérica pq eu não ia conseguir fazer as unhas e a maquiagem a tempo.
Consigo as unhas, mas a maquiagem ela faz na hora pra mim.
Corre pra casa, faz mala, passa o vestido, liga pra irmã.
E não é que ela queimou o vestido na hora de passar ? E eu toda preocupada pq ela tinha brigado comigo pelo meu atraso ... E nessa hora eu penso: DEUS FINALMENTE ESTÁ DO MEU LADO !
Não vai dar tempo de passar no hotel pra trocar de roupa, jã estamos mega atrasados.
Corre, tira a roupa, coloca o vestido, coloca o sapato, faz a maquiagem sozinha.

Itu. Chegamos.
E não é que a noiva atrasou ????
Casamento lindo, noiva estonteante, padre comédia, tudo perfeito.
E vamos todos pra festa.

No meio dos convidados, encontro o ex.
E bebe uma tacinha e conversa com a cunhada, bebe outra tacinha e conversa com o irmão da noivo, mais uma tacinha e conversa com os pais da noiva.
Tacinha vem, tacinha vai ... Tá me dando uma tonturinha boa !
Já conversei com a festa inteira. E a música começa acanhanda, mas logo esquenta.
Dança com um, dança com outro.

Puxaram meu braço: é o ex.
"Vamos sair daqui" - ele diz.
"Daqui eu não saio, a festa tá boa" - eu respondo.
"Então me dá um beijo" - ele retruca.
"Vc já teve seu tempo, agora eu vou curtir a festa" - eu digo sem pudor nenhum.

E eu esperei pelo dia em que iria de alguma forma falar isso na cara dele.
Não que eu seja rancorosa, longe de mim. Mas de algum jeito eu precisava deixar claro que ele passou, que não queria mais ligações no meio da noite ou mensagens no meio da semana. Aquilo tinha me cansado. Fiquei com preguiça dele. Não sou seu "bootie call", muita água já passou debaixo dessa ponte e eu descobri que não preciso disso nem numa segunda chuvosa e depressiva.

E eu volto para as minhas tacinhas.
Dez minutos depois, ouço uma gritaria. É o ex. Sem camisa, gravata amarrada na cabeça, paletó e braguilha aberta ! Tava faltando o show do bêbado sem noção.
A bateria da escola de samba entra na pista e ele é o primeiro a grudar numa passista. Ai minha nossa senhora da vergonha alheia, ninguém vai fazer nada ???

Muitos empurrões e tapas na cabeça depois, a criatura resolve se recolher aos seus aposentos. Me pego pensando cá com os meus botões: COMO EU PASSEI QUASE UM ANO DA MINHA VIDA COM ESSE SER HUMANO DO MEU LADO ???

Melhor não pensar. Melhor voltar para as tacinhas.

2 comentários:

Unknown disse...

hahahahahha...adorei esse seu post, Flor!!! bjokassss

Núbia Tavares disse...

Eu vou junto, Camis!!!
risos.
HOMENS SÓ DÀO DOR DE CABEÇA!